A exemplo do que ocorre com os romances dos encarnados, em que os seus autores possuem ilimitada liberdade para sua elaboração, os romances mediúnicos podem versar sobre fatos verídicos, fatos fictícios ou mesmo sobre as duas situações simultaneamente, porque, na verdade, o que importa nesse tipo de literatura é a mensagem que é veiculada, promovendo esclarecimento e consolação.
Vale lembrar que as parábolas, preciosos recursos ilustrativos que enriquecem a oratória, e que foram utilizadas no passado pelos grandes mestres, inclusive por Jesus, apesar de abordarem situações comuns do dia-a-dia, não correspondiam literalmente a um fato verdadeiro, entretanto traziam subjacentemente lições da mais alta relevância e sublimidade.
Não pretendemos afirmar com isso que tal literatura deva conter erros doutrinários, muito pelo contrário. Queremos deixar claro que, a exemplo das parábolas cujo teor é literalmente exagerado, guardadas as devidas relações, o autor espiritual pode basear em fatos fictícios, mas possíveis, para ilustrar o verdadeiro ensino da Doutrina Espírita.
Mas se algumas dessas obras veiculam erros doutrinários, dispomos de um recurso infalível que nos permite evitar sejamos vítimas desses equívocos. Este recurso é a assimilação da Doutrina Espírita, alcançável pelo estudo aprofundado das suas obras básicas e complementares. Tal conhecimento credencia-nos a fazer um exame racional de tais romances sob o crivo da Doutrina, sem risco, portanto, de sermos enganados.
Osvaldo Ourives
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