Os Espíritos Superiores cumpriram junto à humanidade, através de O Livro dos Espíritos, uma tarefa sublime e absolutamente esclarecedora, promovendo o despertar da consciência humana para a realidade das leis divinas que norteiam a evolução espiritual. De posse desse divino tesouro, o conteúdo da mencionada obra, podemos e devemos orientar melhor e de forma segura os nossos passos na senda do progresso moral, evitando quedas constrangedoras e aflitivas que obstruem a caminhada.
No seu capítulo VII, 2ª Parte, epígrafe União da Alma e do Corpo, várias questões sobre o aborto foram propostas por Allan Kardec aos Luminares da Espiritualidade, que transmitiram, através da mediunidade redentora, respostas claras, concisas e profundamente elucidativas sobre o assunto.
Na questão 347 do livro referido aprendemos que a reencarnação de um espírito num corpo que morre poucos dias depois do nascimento tem por objetivo constituir uma prova para os pais.
Mais adiante, pergunta 355, registram os Superiores Espíritos que é frequente a existência de crianças que desde o seio materno já são inviáveis (sem possibilidade de vida) e que tal inviabilidade é permitida por Deus como prova para os pais ou para o reencarnante.
Na questão 356 há afirmação da existência de natimortos (crianças que nascem mortas ou morrem logo em seguida) aos quais nenhum espírito estava ligado, esclarecendo que isso acontece também como prova para os pais.
A resposta às perguntas 358 e 359 revela que a prática do aborto é crime, sendo admissível exclusivamente para salvar a vida da mãe, logicamente quando o prosseguimento da gestação põe-lhe em perigo a vida, porque “Preferível é se sacrifique o ser que ainda não existe a sacrificar-se o que já existe”.
Confirmando a ligação de espírito a fetos inviáveis desde o seio materno, que resulta em abortamento natural ou em morte dias depois do nascimento; a existência de natimortos sem ligação espiritual; reconhecendo nessas situações um propósito divino e admitindo aborto somente para salvar a vida da mãe, o Espiritismo deixa claro que não contempla o aborto nos casos de ANENCEFALIA se esta não produz risco de vida para a gestante.
O Espiritismo, vale repetir e salientar para que não paire dúvida, é contra o aborto, só o admitindo para salvar a vida da mãe.
Todo debate que se levanta em torno do assunto por parte de magistrados, religiosos, médicos e estudiosos nos conduz a reflexões profundas e necessárias na atualidade acerca do indeclinável direito de viver conferido pelas leis divinas e os reais propósitos da existência humana.
Osvaldo Ourives
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