O homem descrente modela o seu mundo,
quer que este seja como ele “decide”.
Se alguém contraria, se torna iracundo,
esbraveja, infama, escarnece ou agride.
Ao contemplar o cosmo e a própria vida,
deixa o orgulho ofuscar os olhos seus,
e assim no acaso é que ele vê acolhida
a sua teoria do universo sem Deus!
Um dia, porém, ele desperta aflito,
indeciso, com muita inquietação;
indaga a si mesmo, olhando o infinito:
- O acaso ou Deus? Qual explica a criação?
Se tudo observar com simplicidade
terá a resposta que satisfaz:
vislumbrará em toda imensidade
a causa primeira que lhe subjaz.
Perceberá uma força imanente
que tudo envolve, fecunda e transcende,
do reles verme ao ser inteligente,
do grão singelo à estrela que esplende!
Da terra ao Céu louvará a harmonia;
da fauna, a perfeita organização,
da flora, a sublime policromia!
Cantará do cosmo toda a expressão!
Porquanto a natureza multifária
obra é de Deus: Suprema inteligência,
de tudo que existe causa primária -
a que devemos toda reverência.
Mas, se curvado sobre a natureza,
esse homem inda vive na incerteza
ou exibe total indiferença,
Resta-lhe adentrar seu mundo interior,
ouvir a consciência e sua intuição
P’ra de Deus ouvir, com infindo amor:
- Sempre aqui estou, filho do coração!
Osvaldo Ourives
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