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domingo, 14 de março de 2010

O Que é O Espiritismo

Quando compulsamos algumas traduções do Velho Testamento, como a da Ed. Ave Maria Ltda, 30ª Edição, Tradução do Centro Bíblico Católico, encontramos em Números, 20:6:

“Se alguém se dirigir aos espíritas ou aos adivinhos para fornicar com eles, voltarei o meu rosto contra esse homem e o cortarei do meio do seu povo”.

E em Deuteronômio, 18:10-11:

“Não se ache no meio de ti quem ... se dê... ao espiritismo, à adivinhação...” Grifos nossos.

É muito estranho que as palavras Espírita e Espiritismo, criadas em 1857, apareçam em textos  atribuídos a Moisés, portanto, escritos em alguma data do século XIV a.C., quando viveu o seu autor.

Somos forçados a concluir que a inserção dessas palavras no mencionado texto representa uma manipulação com o objetivo de afastar fiéis da possibilidade de sua adesão ao Espiritismo, atemorizando-os com tais proibições, na medida em que crêem cegamente na Bíblia.

Esta estranheza é bem maior quando a versão do Pe. Antonio Pereira Almeida, feita no século XVIII, entre 1784 e 1790, antes do advento do Espiritismo, faz uso das palavras mágicos no lugar de espíritas e de Píton no lugar de espiritismo, e a versão de João Ferreira de Almeida, de quase 300 anos utiliza a palavra necromante. A Bíblia Tradução Ecumênica, das Paulinas e Edições Loyola, também não faz uso das palavras Espiritismo e Espírita.

Fazemos tais colocações não só como um esclarecimento necessário, mas, também, como forma de introduzir o leitor na compreensão da origem dos verbetes espiritismo e espírita.

O Novo Dicionário de Aurélio diz que a palavra Espiritismo é de origem francesa: spiritism.

Já o Dicionário Houais, mais completo na definição desse verbete, diz que espiritismo é de origem francesa, criado em 1857, significando  “doutrina de cunho filosófico-religioso, de aperfeiçoamento moral do homem através de ensinamentos transmitidos por espíritos mais aprimorados de pessoas mortas, que se comunicam com os vivos esp. através dos médiuns”. Quanto ao  verbete espírita, indica-o como de origem também francesa, spirite, datando de 1857 e significando adepto do espiritismo.

As palavras Espiritismo e Espírita são de origem francesa pois foram criadas pelo codificador do Espiritismo, Allan Kardec, por ocasião do lançamento de O Livro dos Espíritos, publicado em 18 de abril de 1857, em Paris, França, conforme se lê na parte introdutória dessa obra.

Impactantes fenômenos espirituais irromperam numa cabana, residência da Família Fox, povoado de Hydesville, condado de Wayne, no Estado de Nova Iorque, Estados Unidos, em março de 1848, despertando a atenção e interesse de várias centenas de pessoas no seu inicio e, depois, de milhares e milhares de outras, não só daquele País, como de resto em diversos outros, inclusive da Europa, como Inglaterra, Alemanha, França, Itália, Áustria, Bélgica, Portugal, etc.

Esses fenômenos, após investigações realizadas, foram atribuídos ao espírito desencarnado Charles B. Rosma, assassinado por antigos moradores naquela casa, em 1843. O leitor interessado em aprofundar o conhecimento sobre o assunto poderá consultar A História do Espiritismo, de Arthur Conan Doyle, Ed. Pensamento, As mesas Girantes, de Zêus Wantuil, Ed. FEB, entre várias outras insuspeitas obras.

Este último indica todos os órgãos da imprensa da América do Norte, da Europa e até do Brasil que se ocuparam em noticiar densamente as ocorrências experimentais com referidos fenômenos a partir dos idos de 1848.

Referidos fenômenos evoluíram de ruídos diversos, como arranhões e pancadas no interior de móveis, paredes e assoalhos, indicativos das letras do alfabeto, para as comunicações através da  cesta-pião  ou  psicografia indireta,depois de passarem pelas mesas falantes.

A partir de Hydesville, ocorreu, no dizer de Conan Doyle, o criador de Sherlock Holmes, na obra citada, “uma invasão organizada dos espíritos”, pois os fenômenos cobriram um ampla área geográfica da terra, justamente para oferecer à humanidade provas materiais sobre a existência e sobrevivência do espírito  e, de forma indireta, comprovar a existência do mundo espiritual, pátria de onde viemos e para onde retornaremos após cada morte biológica.

Em maio de 1855, em Paris, o Professor francês Hippolite Léon Denizard Rivail tomou contato direto com os famosos fenômenos, os quais, a partir de então, tomaram novo rumo e foram colocados no seu verdadeiro lugar.  O Prof. Rivail possuía formação em Ciências e Letras, era conhecido e reconhecido nacionalmente na França como grande pedagogo, por suas inúmeras obras escritas, a exemplo da Gramática Clássica Francesa, adotada pela Universidade local, e prestara relevante serviço ao ensino público do seu país. Foi destacado discípulo direto de Jean Henri Pestalozzi.

Nesse e outros contatos com os fenômenos espirituais, aos quais dedicaria a sua vida, ele, realizando observações e utilizando o método experimental, como fazia desde os 16 anos, buscou, pelo exame rigoroso dos efeitos, estabelecer as suas causas e as suas conseqüências. Avançando nas pesquisas, detectou, de forma insofismável, a existência e sobrevivência do espírito, os mecanismos e finalidades da sua comunicação com os homens. Desse sublime labor, das suas pesquisas e das lições dos Espíritos Superiores, através de inúmeros médiuns insuspeitos, e aplicando metodologia que lhe dava e nos dá até hoje segurança e confiança no trato com médiuns e espíritos, ele recolheu um conjunto de ensinamentos que esclarecem sobre a origem, a natureza e o futuro do homem, sobre a razão da dor e do sofrimento, entre outras inumeráveis e importantes questões cujo conhecimento contribui para nossa libertação.

O trabalho profícuo desse mestre resultou na publicação, sob a orientação do Espírito de Verdade, de:

- O Livro dos Espíritos na data já mencionada, que contém uma síntese da Doutrina Espírita. Grande parte do conteúdo deste livro é ampliada nas demais obras.

- O Livro dos Médiuns, publicado em 1861, que orienta sobre a parte experimental e amplia conceitos sobre a intervenção dos espíritos no mundo corporal.

- O Evangelho Segundo o Espiritismo, 1864, contém explicação das máximas morais do Cristo e amplia conceitos sobre as Leis Morais.

- O Céu e o Inferno, 1865, contém exame comparado das doutrinas espiritualistas sobre a passagem da vida corpórea à vida espiritual e amplia conceitos sobre as penas e recompensas futuras.

- A Gênese, 1868, contém explicação sobre a gênese, milagres, predições e amplia conceitos sobre Deus.

- Obras Póstumas, 1890, coletânea de escritos do Codificador sobre diversos, inclusive sua iniciação no Espiritismo.

- O Que é o Espiritismo, 1859, obra introdutória ao estudo da Doutrina Espírita.

Todas as suas obras espíritas foram publicadas sob o pseudônimo de Allan Kardec, nome que tivera no século I a.C, quando estava encarnado na Gália como sacerdote druida.

Qualquer corrente de pensamento que preconiza a sobrevivência do homem é, por isso mesmo, espiritualista. Nesse sentido todas as religiões são espiritualistas, constituem uma forma de espiritualismo.

O Espiritismo é espiritualista, da mesma forma que o Catolicismo, o Protestantismo, e o Budismo.


O espiritualismo, no dizer de Allan Kardec é um gênero do qual as suas formas são espécies.      

O Espiritismo é espiritualista, da mesma forma que o Catolicismo, o Protestantismo, e o Budismo.

O espiritualismo, no dizer de Allan Kardec é um gênero do qual as suas formas são espécies.

A Doutrina dos Espíritos é uma forma de espiritualismo que, para se distinguir das demais, foi designada pelo nome de Espiritismo, que tem como base as relações dos homens com os espíritos desencarnados. Para distinguir o seu adepto do espiritualista comum passou a ser chamado de espírita ou espiritista.

Tanto Espiritismo quanto Espírita, como já foi dito antes, foram neologismos criados em 1857 por Allan Kardec pelos motivos expostos.

O Espiritismo com os seus princípios assenta-se sobre três aspectos, os quis são:


Científico, que comprova a existência e sobrevivência do espírito através dos fenômenos mediúnicos.


Filosófico, que esclarece sobre Deus, nosso destino, as razões da dor, o evolucionismo espiritual, etc.


Religioso, que nos aproxima de Deus pela prática do amor e da caridade, fomentadora da nossa transformação moral, e sem as práticas do culto externo.

São princípios fundamentais do Espiritismo:

1 – Existência de Deus
2 – Existência e Sobrevivência do Espírito
3 – Evolucionismo Espiritual
4 – Lei de reencarnação
5 – Pluralidade dos Mundos Habitados
6 – Lei de Ação e Reação
7 – Comunicação dos Espíritos
8 – Leis Morais, de que Jesus é Modelo

Estes princípios e aspectos conferem identidade própria à Doutrina Espírita, definem a sua configuração.

Dessa forma, quem possui pelo menos estes conhecimentos sobre o Espiritismo não pode confundi-lo com Candomblé ou Umbanda, que são expressões religiosas respeitáveis, mas que possuem origem, natureza e práticas diferentes, mesmo fazendo uso do mediunismo que existiu em todas as épocas, fora ou dentro das religiões.

Os ensinamentos espíritas objetivam a regeneração moral do homem e as suas práticas são gratuitas, seguindo a orientação evangélica: “Daí de graça o que de graça recebestes”.

De tudo quanto foi exposto, podemos dizer que o espiritismo não tem sacerdotes e nem adota:

- altares, 
- vestes especiais, 
- amuletos,
- imagens, 
- alcoólicos,
- horóscopos,
- andores, 
- alucinógenos,
- cartomancia,
- velas,
- incenso, 
- pirâmides,
- procissões,
- fumo, 
- cristais,
- sacramentos, 
- talismãs, 
- danças,
ou quaisquer outros objetos, rituais ou formas de culto exterior.
Osvaldo Ourives

quinta-feira, 11 de março de 2010

O Livro dos Espíritos: 154 Anos!

A 1ª edição de “O Livro dos Espíritos”, de Allan Kardec, foi publicada em 18 de abril de 1857, num sábado da primavera, pelo E. Dentu, Palais Royal, Galérie D’orléans, 13, PARIS, França.



Com o advento do referido livro, o nosso  Planeta viu despontar o Espiritismo ou Doutrina  Espírita, como é, também, chamado, o qual, vem, há 154 anos, lançando luzes à consciência daqueles que não se satisfazem com os conceitos emitidos pela fé cega, pelo dogmatismo. 
Fundamentando-se em princípios consistentes, lógicos, o Espiritismo encara a razão frente a frente sem os laivos do temor, porque propõe aos seus adeptos uma fé raciocinada, sem imposição, que, para ser  aceita, deve  ser  examinada com liberdade, compreendida  e  submetida  ao  crivo  da  razão, inegavelmente  uma   das  mais importantes   faculdades  do  ser humano.


Desde o seu início, a Doutrina Espírita vem sustentando que Fé  e  Ciência  devem  andar juntas, a fim de que ambas possam nos oferecer uma cosmovisão mais justa: a Ciência revelando leis do mundo físico, e a fé raciocinada revelando as leis do mundo espiritual.


Abrir mão do livre exame, da razão, da curiosidade que leva à pesquisa e das conquistas da Ciência, para a aceitação cega de colocações absurdas e equivocadas, e até já negadas, contraditadas  repetidas vezes pelos rigorosos processos da pesquisa  científica,  é abdicar-se  da  própria liberdade, do ensejo de aprender,  de  interagir muito  melhor  com  os seus  semelhantes, que são, às  vezes, discriminados só porque  não compartilham certas crenças. 


O Espiritismo, tendo  por regra o apreço por todas as crenças, está disponível ao livre exame. Afirmar ser ele isso ou aquilo sem conhecê-lo, é demonstrar flagrante ignorância ou má-fé!
Osvaldo Ourives



terça-feira, 9 de março de 2010

Em Busca de Deus

O homem descrente modela o seu mundo,
quer que este seja como ele “decide”.
Se alguém contraria, se torna iracundo,
esbraveja, infama, escarnece ou agride.

Ao contemplar o cosmo e a própria vida,
deixa o orgulho ofuscar os olhos seus,
e assim no acaso é que ele vê acolhida
a sua teoria do universo sem Deus!
                                           
Um dia, porém, ele desperta aflito,
indeciso, com muita inquietação;
indaga a si mesmo, olhando o infinito:
- O acaso ou Deus? Qual explica a criação?

Se  tudo observar com simplicidade
terá a resposta que  satisfaz:
vislumbrará em toda imensidade
a causa primeira que lhe subjaz.

Perceberá uma força imanente
que tudo envolve, fecunda e transcende,
do reles verme ao ser inteligente,
do grão singelo à estrela que esplende!

Da terra ao Céu louvará a harmonia;
da fauna, a perfeita organização,
da flora, a sublime policromia!
Cantará do cosmo toda a expressão!

Porquanto a natureza multifária
obra é de Deus: Suprema inteligência,
de tudo que existe causa primária -
a que devemos toda reverência.

Mas, se curvado sobre a natureza,
onde Deus revela clara presença,
esse homem inda vive na  incerteza
ou exibe total indiferença,

Resta-lhe adentrar seu mundo interior,
ouvir  a consciência e sua intuição
P’ra de Deus ouvir, com infindo amor:
- Sempre aqui estou, filho do coração!

                                      
                                    Osvaldo Ourives

Livro dos Espíritos: 18 de Abril de 1857

“O COURRIER DE  PARIS, DE  JUNHO 1857 CONTINHA, SOBRE
ESSE LIVRO (O LIVRO DOS ESPÍRITOS, DE 18 DE ABRIL), O ARTIGO SEGUINTE:

A DOUTRINA ESPÍRITA

O editor Dentu vem de publicar, há pouco tempo, uma obra muito notável; queríamos dizer muito curiosa, mas, há dessas coisas que repelem toda qualificação banal.
O Livro dos Espíritos, do senhor Allan Kardec, é uma página nova do grande livro do Infinito, e estamos persuadidos de que se colocará um marcador nessa página. Ficaríamos desolados se cressem que fazemos, aqui, um reclamo bibliográfico; se pudéssemos supor que assim fora, quebraríamos nossa pena imediatamente. Não conhecemos, de modo algum, o autor, mas, confessamos francamente que ficaríamos felizes em conhecê-lo. Aquele que escreveu a introdução, colocado no cabeçalho de O Livro dos Espíritos, deve ter a alma aberta a todos os nobres sentimentos.
..............................
A todos os deserdados da Terra, a todos aqueles que caminham ou que caem, molhando com suas lágrimas a poeira do caminho, diremos: lede O Livro dos Espíritos, isso vos tornará mais fortes. Aos felizes, também, aqueles que não encontram, em seu caminho, senão aclamações da multidão ou os sorrisos da fortuna, diremos: Estudai-o, ele vos tornará melhores.

O corpo da obra, diz o senhor Allan Kardec, deve ser reivindicado, inteiramente, pelos Espíritos que o ditaram. Está admiravelmente classificado por perguntas e por respostas:

Estas últimas são, algumas vezes, verdadeiramente sublimes, isso não nos surpreende. Mas não foi preciso um grande mérito a quem soube provocá-las?
Desafiamos os mais incrédulos a rirem lendo esse livro, no silêncio e na solidão. Todo o mundo honrará o homem que lhe escreveu o prefácio.
..............................

Lendo as admiráveis respostas dos Espíritos, na obra do senhor Kardec, nos dissemos que haveria aí um belo livro para se escrever. Bem cedo reconhecemos que estávamos enganados: o livro está todo feito. Não poderíamos senão estragá-lo, procurando completá-lo.
Sois homem de estudo, e possuis a boa-fé que não pede senão para se instruir? Lede o livro primeiro sobre a Doutrina Espírita.

Estais colocado na classe das pessoas que não se ocupam senão de si mesmas, fazem, como se diz, seus pequenos negócios tranqüilamente, e não vêem nada ao redor de seus interesses? Lede as Leis morais.

A infelicidade vos persegue encarniçadamente, e a dúvida vos cerca, às vezes, com seu abraço glacial? Estudai o livro terceiro: Esperanças e Consolações.

Todos vós, que tendes nobres pensamentos no coração, que credes no bem, lede o livro inteiro.

Se se encontrar alguém que ache, no seu interior, matéria de gracejo, nós o lamentaremos sinceramente.                 G. du Chalard”.
(Extraído da Revista Espírita, nº  01, de janeiro de 1858)

Sobre a Pílula do Dia Seguinte

A “festejada” pílula do dia seguinte, que é chamada também de Anticoncepção de Emergência ou de Anticoncepção de Urgência, apresenta, na sua constituição, a substância química Levonorgestrel,  que age no organismo feminino,  impedindo-lhe a fecundação do óvulo ou, se esta já ocorreu, obstruindo a implantação do ovo no útero (nidação). Segundo as indicações médicas, é destinada para as situações de emergência, quando os métodos anticonceptivos rotineiros, como as pílulas, os preservativos e outros,  falharam ou não foram observados, e para os casos de estupro (para evitar uma gravidez indesejada).   
Para alcançar eficácia, deve ser administrada dentro, no máximo, das 72 horas após o ato sexual, e em 2 tomadas, com intervalo de 12 horas. Dizem os especialistas que se o método for usado dentro das 24 horas seguintes, sua eficácia será de 95%. Se entre 48 e 72 horas, aquela cairá para 54%. Conforme orienta o Ministério da Saúde (www.aids.gov.br), jamais a pílula do dia seguinte deverá ser utilizada como um contraceptivo rotineiro porque pode “determinar sérias repercussões hormonais no organismo feminino”.
Dentro da ótica espírita, o uso da pílula do dia seguinte, em face da ação do seu fármaco no organismo da mulher, implicará em prática abortiva toda vez que vier a produzir a interrupção de uma gravidez, obstaculizando a evolução do óvulo fecundado, inclusive a sua implantação (nidação).
Sem desejar se impor ao livre-arbítrio de quem quer que seja, a orientação  espírita é no sentido de que o seu uso seja examinado convenientemente e em profundidade, tenha todos os seus ângulos analisados e seja levada em consideração não só a integridade dos responsáveis pela reprodução como, também, a integridade do ser que deseja renascer, pois existem leis naturais a que todos estão submetidos, que requerem  inteiro acatamento, objetivando evitar aflitivas reações dolorosas e reeducativas no futuro. 
Na impossibilidade de se ter certeza de estar ou não em estado gestacional, o uso do mencionado anticoncepcional deve ser contra-indicado pela possibilidade de levar a pessoa usuária à prática abortiva. Dentro do contexto examinado, observa-se a existência de  medicações e procedimentos outros que são eficazes e não agressivos. 
Vale a pena rever as questões 357 a 358, do Livro dos Espíritos, de Allan Kardec:

357. Que conseqüências tem para o Espírito o aborto?
R. “É uma existência nulificada e que ele terá de recomeçar.
358. Constitui crime a provocação do aborto, em qualquer período da gestação?
R. “Há crime sempre que transgredis a lei de Deus. Uma mãe, ou quem quer que seja, cometerá crime sempre que tirar  a vida a  uma criança antes do seu nascimento, por isso que impede uma alma de passar pelas provas a que serviria de instrumento o corpo que se estava formando”.
Osvaldo Ourives

Evangelhos no Lar - Instruções

- O que é
É uma reunião simples e muito importante de familiares com a finalidade de realizar estudos e reflexões sobre os ensinamentos de Jesus.

- Onde deve ser realizado
Na intimidade do lar.

- Benefícios do Evangelho no Lar
A sua prática produz os seguintes benefícios:
a) Reequilibra os fluidos espirituais do ambiente.
b) Promove a aproximação dos Bons Espíritos
c) Afasta os espíritos inferiores impermeáveis ao esclarecimento.
d) É fonte de esclarecimento para os encarnados participantes, favorecendo o entendimento e a reforma íntima.
e) Proporciona também o despertamento dos desencarnados presentes.
f) Protege a residência contra a invasão de malfeitores desencarnados.

- Quando realizar
Os Espíritos Superiores sugerem realizá-lo uma vez por semana, sempre no mesmo dia e horário, não ultrapassando o tempo de 30 minutos. Mas, nada impede que seja feito mais vezes no período considerado.
Quando motivos relevantes não permitirem a sua realização no dia e hora aprazados, será importante fazê-lo na primeira oportunidade possível, sempre mentalizando os bons espíritos para se contar com suas presenças.

- Preparação
a) Cuidar para que ocorrências corriqueiras, como visitas, telefonemas, afazeres domésticos e programas de TV, não embaracem a reunião. Vale ressaltar que visitas inesperadas podem ser convidadas a participar dela, ou a aguardar o seu término.
b) Sugere-se ter presente uma vasilha com água fresca para fluidificação e posterior distribuição entre os participantes.
c) Ter à disposição o Evangelho Segundo o Espiritismo, de Allan Kardec e/ou outras de conteúdo edificante, como, por exemplo, Caminho Verdade e Vida,  Pão Nosso,  Vinha de
Luz e Fonte Viva,  pelo  Espírito  Emmanuel  e
psicografia de Chico Xavier. 
d) Pode-se usar fundo musical nos momentos que se julgar adequado.
e) Pode ser realizado em derredor de uma mesa ou em outras situações  que propiciem o bom desenvolvimento  da  reunião, o recolhimento e o conforto necessários.

- Como realizar
Garantidos os requisitos preparatórios, a assiduidade, a pontualidade e a disciplina, atender à seguinte ordem:
a) Prece de abertura (o Pai Nosso, ou outra espontânea, nascida da sinceridade e pureza de intenções)
b) Leitura de um texto das obras mencionadas.
c) Comentários sobre o assunto lido, extraindo-se dele lições que contribuam para o progresso moral dos participantes, e aduzindo exemplos ilustrativos, quando for o caso.
d) As etapas anteriores podem ser feitas pelo responsável pela reunião, ou divididas entre os participantes. Cada um poderá, se o desejar, fazer comentários que julgue importante.
e) A impossibilidade de se contar com todos os familiares não deve ser causa impeditiva de se efetuar a reunião, podendo ser feita com apenas um. Nesse caso orar, ler e comentar de forma audível.
f) Prece de encerramento pelo responsável ou outro participante, contendo:
- Agradecimento pelo ensejo.
- Agradecimento pela presença dos bons Espíritos
- Rogatória pela fluidificação da água.
- Rogatória pelos encarnados e desencarnados em sofrimento.
- Rogatória pelo equilíbrio do lar.
- Rogatória por outras situações especícificas a critério do responsável.

g) Distribuição da água fluidificada.
h) Havendo outros estudos que sejam julgados importantes, podem ser feitos logo após o encerramento do Evangelho no Lar, o qual  não deve, como já foi dito, ultrapassar 30 minutos de duração.
Osvaldo Ourives

DEUS

A Existência de Deus é, dentre todos os Princípios Fundamentais da Doutrina Espírita, o que é primeiramente examinado, tanto que O Livro dos Espíritos, obra que abre a Codificação Kardecista (18/04/1857), apresenta no seu primeiro Capítulo,  nas questões do nº 1 ao 16, um estudo sobre Deus.
A questão nº 1 elencada é justamente esta:
1- Que é Deus?
R. “É a inteligência suprema, causa primária de todas as coisas”.
Essa estruturação tem uma razão de ser. Como diz o Codificador:
“Sendo Deus a causa primeira de todas as coisas, o ponto de partida de tudo, o eixo sobre o qual repousa o edifício da criação, é o ponto que importa considerar antes de tudo”. (Gênese, Cap. II, Item 1).
Os outros princípios fundamentais, como, por exemplo, a Existência e Sobrevivência da Alma, Reencarnação, Justiça Divina (em que se inclui a Evolução do Espírito e a Lei de Causa e Efeito), e os demais, derivam necessariamente desse primeiro princípio pelo motivo já exposto.
Nesse primeiro capítulo de O Livro dos Espíritos, além da definição registrada acima, temos,  meridianamente, de modo a não deixar dúvidas, as duas formas de comprovarmos a existência de Deus: a primeira, racionalmente, através do axioma todo efeito tem uma causa (todo efeito inteligente tem uma causa inteligente); a segunda, pelo sentimento instintivo da sua existência.
Mais adiante, depois de afirmar que, no nosso atual estágio evolutivo, não podemos conhecer Deus em essência, porquanto nos falta um sentido, que conquistaremos através do aperfeiçoamento espiritual (“Bem-aventurados os puros de coração, pois verão a Deus face a face”), o mencionado estudo nos introduz no conhecimento dos Atributos Divinos: Deus é Eterno, Imaterial, Imutável, Único, Onipotente, Soberanamente Justo e Bom. Deus possui as perfeições em grau infinito!
Certas crenças, como a das penas eternas, em que os pecadores padeceriam  num inferno de crueldade, às vistas impassíveis de anjos “clementes”, encontram-se irrefragavelmente em oposição ao atributo divino  da Soberana Justiça e Bondade de Deus.
Vejamos: a justiça humana, na maioria dos países, aplica ao criminoso pena proporcional à gravidade do delito, e, após, por mais grave tenha sido o crime, devolve-o à sociedade, dando-lhe nova oportunidade do convívio social. Por que a Justiça Divina seria mesquinha, inferior à do homem, não concedendo ao culpado a oportunidade de se redimir? Por que Deus, com sua Onipotência e sem se consternar,  submeteria a penas eternas, superlativamente dolorosas, desproporcionais,  seres frágeis, nascidos em ambientes geralmente hostis, mas com uma perfectibilidade a conquistar? (“Sede vós pois perfeitos, como é perfeito o vosso  Pai que está nos Céus” – Jesus – Mt. V, 48)).
O poema que apresentamos a seguir, da autoria de Benedito Godoy Paiva, do livro “O Espiritismo e as Igrejas Reformadas”, de Jayme Andrade, muito bem retrata o absurdo dessas impiedosas penas:

O JUÍZO FINAL

Sentado o Pai Eterno em trono refulgente,
o olhar severo envia a toda aquela gente!

Alguns anjos cantam e outros vão levando
para a figura austera desse Venerando
as almas que da tumba emergem assustadas,
vendo o Tribunal solene em que serão julgadas.

Dois grupos são formados, um de cada lado:
o da direita Céu: o da esquerda Averno;
e Satanás, num canto, com o chifre fumegante,
espera impaciente, impávido, arrogante,
a “turma” que levará para o inferno.

Aconchegando o filho, a alma bem-amada,
e que na terra foi algo desassisada,
uma mulher se chega e a sua prece faz,
rogando ao Pai Eterno livre do inferno
o seu pobre rapaz.

Cofia o Pai Eterno a longa barba branca
e ajustando os óculos à ponta do nariz,
dirige o seu olhar à pobre desgraçada
e de forma compassada Ele lhe diz:

“Os anjos vão levar-te agora ao Paraíso
e dar-te a recompensa, o teu descanso eterno.
Ali desfrutarás felicidades mil,
porém teu filho mau, este irá para o inferno.”

Um anjo toma o moço e o entrega a Satanás;
porém a pobre mãe ao ver partir o filho,
aflita corre atrás!
E ao incorporar-se às hostes infernais,
eis que grita o Pai Eterno em tom assustador:
“Mulher, para onde vais?!!!”

E o que passou-se, então,
ninguém esquece mais:

“Eu vou para o inferno, ao lado do meu filho,
e repartir comigo a sua desventura!
As lágrimas de mãe, as gotas do meu pranto
acalmarão no inferno a sua queimadura!

“Eu te deixo para ti esse teu Paraíso,
essa mansão celeste onde o amor é surdo!
Onde se goza a vida a contemplar tormento,
onde a palavra amor represa um absurdo.

“Entrega esse teu Céu às mães desalmadas, vis,
que os filhos já mataram  para os não criar,
pois só essas megeras poderão, no Céu,
ouvir gritar seus filhos sem se consternar!”

“Desprezo esse teu Céu! O meu amor é grande!
Imenso! Assaz Sublime! E posso te afirmar
que se não te comove o pranto lá do inferno,
e  os que no Averno estão são todos filhos teus,
o meu amor excede o próprio amor de Deus!”

E ante o olhar estupefato do Pai Eterno,
a mãe beijou o filho
... e foi para o inferno...!
Osvaldo Ourives

A Liberdade Religiosa

A nossa Constituição Federal, que foi promulgada em 05 de outubro de 1988, ao enunciar os direitos e garantias fundamentais do cidadão, inclui entre os mesmos a liberdade religiosa. O seu art. 5º, inciso VI, estatui:

“- É inviolável a liberdade de consciência e de crença, sendo assegurado o livre exercício dos cultos religiosos e garantida, na forma da lei, a proteção aos locais de culto e a suas liturgias”.

A liberdade religiosa compreende não só a Liberdade de Crença, como também de Culto e de Organização Religiosa.

O Prof. Dr. José Afonso da Silva, no seu livro Curso de Direito Constitucional Positivo, 15ª Edição, da Malheiros Editores, pág. 252, ensina:

“Na liberdade de crença entra a liberdade de escolha da religião, a liberdade de aderir a qualquer seita religiosa, a liberdade (ou o direito) de mudar de religião, mas também compreende a liberdade de não aderir a religião alguma, assim como a liberdade de descrença, a liberdade de ser ateu e de exprimir agnosticismo”.

Dessa forma, a liberdade de descrença e de ser ateu está também protegida pela nossa Carta Magna.

Somos detentores, portanto, e de forma inviolável, da liberdade de escolher, de mudar e de aderir a esta ou aquela religião ou seita (a Constituição não faz distinção), como, outrossim, de não pertencer a nenhuma, de ser materialista, mas, ao mesmo tempo, temos o indeclinável dever de respeitar a opção religiosa de quem quer que seja, sendo vedado terminantemente ao Estado e aos indivíduos, mesmo na condição de pastores, clérigos ou representantes de seitas e religiões, restringirem direitos da pessoa em razão da convicção religiosa desta. É o que se depreende do preceito constitucional constante do art. 5º, inciso VIII:


“- Ninguém será privado de direitos por motivo de crença religiosa ou de convicção filosófica ou política, salvo se as invocar para eximir-se de obrigação legal a todos imposta e recusar-se a cumprir prestação alternativa fixada em lei”.

A liberdade religiosa é ampla, estendendo-se até onde começa a liberdade alheia e onde não fira outros direitos impostergáveis.

É muito importante trazer a lume tais dispositivos constitucionais, uma vez que não é raro defrontarmos diariamente pessoas que se dizem religiosas, menosprezando outras por motivo de sua crença ou descrença; ou atraindo-as com cruel insistência para suas fileiras, quando não adentram as residências, disfarçando o objetivo, para assediarem os moradores, despejando sobre estes todo o conteúdo dogmático da sua religião, e com ameaça do fogo eterno ou da possessão demoníaca, no intuito de fazer prosélitos.


Religião deve ser sempre objeto de livre exame, jamais de imposição. Quando se impôs religião ou a mesma foi praticada com intolerância, as páginas da história se tingiram de sangue.

Quanto à Doutrina Espírita, em particular, que além dos aspectos científico e filosófico, possui o aspecto religioso, não é sua preocupação fazer prosélitos, mesmo porque não veio para quem está satisfeito com a sua crença ou descrença. Mas para quem necessita do seu vasto elenco de respostas, da sua cosmovisão. Por isso vota imenso respeito a todas as religiões e a todos os religiosos, sem deixar de manter-se firme sobre os seus alicerces, sobre os princípios que a fundamentam.

O Espiritismo jamais teme o seu livre exame. Pelo contrário, para sua aceitação solicita como requisito principal a sua compreensão. Daí a necessidade do seu estudo.


Vivemos outros tempos. Tempos de democracia, em que os direitos fundamentais do homem são proclamados e assegurados.


Não há porque temer possuir ou confessar uma crença ou descrença. Fazê-lo será exercitar um direito fundamental garantido pela Lei Maior, que no inciso XLI, do art. 5º, declara:


“- A lei punirá qualquer discriminação atentatória dos direitos e liberdades fundamentais”.
Osvaldo Ourives