É tempo, queridos irmãos, de
encetarmos de forma mais madura, segura e resoluta a busca da verdadeira
redenção. Não importam as veredas ásperas, espinhosas ou escarpadas que já
trilhamos ou iremos fazê-lo. Pastorino Torres diz em Minutos de Sabedoria que
“a Terra não é um parque de diversão”. Grande verdade, pois é, na realidade,
uma arena onde pululam guerras, vicissitudes, dificuldades, obstáculos, os mais
variados possíveis, que nos rodeiam, além dos “leões” internos representados
pelas tendências negativas que temos que enfrentar e vencer.
É tempo, como dizem os Espíritos
superiores, de aquele que assumiu o propósito de renovação encontrar ensejo de
comprovar o quanto foi sincero e firme, pois defrontará diuturnamente
adversidades que requerem paciência, humildade, amor, caridade e perdão. Novidade?
Jamais. “Entrai pela porta estreita; porque larga é a porta que conduz à
perdição”, já o orienta Jesus (Mt. 7:13 e 14).
Por outro lado, os que se comprazem no
mal encontrarão sempre a oportunidade de extravasarem as más tendências, de se
chafurdarem na lama.
É importante afirmar que em razão das
nossas imperfeições, do quanto de inclinações perversas, egoístas, orgulhosas e
intolerantes carregamos, não precisamos de grandes esforços para a realização
do mal. Agimos obedientes a um automatismo construído ao longo de diversas
reencarnações. Por isso o mal sobeja em nosso Planeta, sobrepujando o bem.
Agora, fazer o bem, sim! Esta ação
exige grandioso esforço de nossa parte porque temos que criar hábito novo que
se oponha aos procedimentos contrários frequentemente externados no passado. Em
razão disso é que o já citado Paulo de Tarso assevera: “Acho então esta lei
mim: quando quero fazer o bem, o mal está comigo". (Romanos 7:21).
O Cap. XVII, de O Evangelho Segundo o
Espiritismo nos informa: “Reconhece-se o verdadeiro espírita pela sua
transformação moral e pelos esforços que emprega para domar suas más
inclinações”.
Ao Espírita, portanto, recomenda-se a
luta diária contra as propensões do homem velho através da criação de hábitos
sintonizados com a ética do Cristo. Este projeto transformacional deve
alicerçar-se num compromisso consciente, numa vontade firme e num exercício permanente,
em que jamais faltem paciência, resignação e determinação. Agindo dessa forma,
ainda que algumas ou muitas vezes a pessoa caia, encontrará em si sempre
motivação para reerguer-se prontamente, extraindo da queda lições que
fortalecem as ações futuras.
Jesus, para encorajar-nos, diz: “No
mundo tereis aflições, mas tende bom ânimo; eu venci o mundo.” (Jo 16:33). O
Livro dos Espíritos, Questão 625, registra: “Jesus constitui o tipo da
perfeição moral a que a Humanidade pode aspirar na Terra”. Jesus é o modelo da
perfeição humana na Terra. O mundo é cheio de aflições, estejamos otimistas e
esperançosos, pois o venceremos, como Jesus o fez.
A forma mais justa de comemorarmos o
nascimento do querido irmão Jesus, Governador do nosso Planeta, é através da
assimilação das suas sublimes lições, que promovem o conhecimento da “verdade
que liberta” e constituem o “caminho da verdade e da vida”, e da sua prática no
dia a dia diante de todos os nossos semelhantes indiscriminadamente, não só no
dia de Natal, porém durante todos os 365 dias dos anos novos que o Pai Celeste
sempre nos concede para construção da perfeição espiritual.
Para estimular-nos às mudanças
necessárias Jesus nos exorta: “Vinde a mim todos vós que andais cansados e
oprimidos, que eu vos aliviarei”. (Mt 11:28). Isto significa que,
aproximando-nos dEle, teremos a vontade e a coragem ampliadas pelo seu estímulo
e inspiração, e a certeza cabal de sermos vitoriosos no nosso caminho de
Jerusalém para Jericó, mas reiterando o
exemplo magnífico do Bom Samaritano, longe, muito longe da hipocrisia do
sacerdote e do levita.
Saulo de Tarso é prova disso, pois,
após se transformar em Paulo e seguir fielmente as instruções de Jesus,
declara:
“Já não sou eu quem vivo, mas o Cristo
que vive em mim” (Gálatas 2:20)
Osvaldo Ourives
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