LIVRO DOS
ESPÍRITOS - 157 ANOS
Osvaldo Ourives
Osvaldo Ourives
A 1ª edição de “O Livro dos
Espíritos”, de Allan Kardec, foi lançada em 18 de abril de 1857, num
sábado de primavera, pelo E. Dentu, Palais Royal, Galérie D’orléans, 13,
PARIS, França.
Em artigo publicado no Courrier de Paris sobre esse livro, o Sr. G. du Chalard diz, entre várias outras coisas:
“O Livro dos Espíritos do senhor Allan Kardec é uma
página nova do grande livro do Infinito, e estamos persuadidos de que se
colocará um marcador nessa página. Ficaríamos desolados se cressem que fazemos,
aqui, um reclamo bibliográfico; se pudéssemos supor que assim fora,
quebraríamos nossa pena imediatamente. Não conhecemos, de modo algum, o autor,
mas, confessamos francamente que ficaríamos felizes em conhecê-lo. Aquele que
escreveu a introdução, colocado no cabeçalho de O Livro dos Espíritos, deve
ter a alma aberta a todos os nobres sentimentos. (...)
A todos os deserdados da Terra, a todos aqueles que caminham ou que caem, molhando com suas lágrimas a poeira do caminho, diremos: lede O Livro dos Espíritos, isso vos tornará mais fortes. Aos felizes, também, aqueles que não encontram, em seu caminho, senão aclamações da multidão ou os sorrisos da fortuna, diremos: Estudai-o, ele vos tornará melhores”.
Sublime e profunda verdade exposta pelo Sr. G. du Charlard. Com o
advento do referido livro surge em nosso Planeta a primeira obra da Doutrina
Espírita, a qual, há 157 anos vem iluminando consciências, em especial daqueles
que não se satisfazem com os conceitos emitidos pela fé cega, em grande parte
contrários aos pressupostos científicos.
O Livro dos Espíritos proporciona àquele que o compulsa e imerge no seu
caudal de ensinamentos as verdades que libertam. Através do seu estudo obtém o
homem conhecimento acerca da sua origem, da sua natureza e destinação, bem
assim passa a compreender melhor as razões da dor e do sofrimento. Os seus
ensinamentos são comparáveis a lâmpadas, pois clareiam a nossa estrada e nos
norteiam de forma segura em direção a Deus.
Com o advento de O Livro dos Espíritos aporta-se à Terra a Doutrina Espírita, que se complementa com O Livro dos Médiuns (1861), O Evangelho Segundo o Espiritismo (1864), O Céu e o Inferno (1865), e A Gênese (1858). Instruído por esta Doutrina, consoladora por excelência, o seu adepto enfrenta de cabeça erguida as vicissitudes, os obstáculos e as dificuldades, arrostando com coragem e confiança em Deus o que pode ser superado, e resignando-se, sem quaisquer laivos de revolta, ante o que não pode ser modificado, porque entende que ele mesmo é o artífice dos males que defronta, que nenhum sofrimento sobrevém injustamente.
A vida futura para o espírita
consciente é uma realidade que lhe acende na alma a chama do otimismo, da
esperança, da consolação e da plena convicção acerca da felicidade absoluta que Deus reserva a todas as
suas criaturas.
Na questão 627 do livro em foco, os
Espíritos Superiores afirmam: “Estamos
incumbidos de preparar o reino do bem que Jesus anunciou”. Foram eles que revelaram
a Doutrina Espírita com o apoio dos encarnados sob a liderança do insigne
mestre Allan Kardec, o seu Codificador. O Espiritismo, portanto, faz parte
dessa preparação do Reino do Bem, pois tem por objetivo esclarecer o homem
acerca das leis que regem a sua evolução. De posse desse conhecimento, que enseja
ampla e profunda compreensão das lições de Jesus como se constata no estudo de
O Evangelho Segundo o Espiritismo, o verdadeiro espírita procurará ajustar-se a
tais leis, combatendo em si as tendências nocivas como egoísmo, orgulho,
vaidade, ódio e intolerância, que são causadoras das desgraças humanas.
Qualquer pessoa, crente ou descrente
do ponto vista religioso, até mesmo um materialista, concluirá que os males da Terra
seriam afugentados se os homens domassem os mencionados vícios!
Compreendendo melhor as lições de
Jesus, Sublime Orador do Monte, o espírita, animado pelo compromisso de
evoluir, deve cumprir fielmente a lei de Justiça, de Amor e de Caridade!
Deve fazer do amor, da caridade, da humildade, do perdão, da indulgência, da
brandura, da paz, regras seguras de como se comportar no lar,
no trabalho, no esporte, onde quer que esteja. Busca sempre estar em sintonia com o Pai Celeste através da prece, recebendo do Alto, a
cada contato, força, ânimo e inspiração para avançar na senda do progresso. Se não age dessa forma, é falso espírita. Mas o verdadeiro espírita, aquele que assimilou e põe em pratica os ensinos espíritas, estabelece em si paz, harmonia e alegria de viver e arrastará com seus
exemplos outras pessoas ao progresso espiritual, contribuindo com Jesus e seus mensageiros na
implantação do Reino do Bem na Terra.
Que Deus abençoe sempre os
Espíritos Superiores que trabalharam incansavelmente para que a Doutrina
Espírita fosse revelada à humanidade, desde os fenômenos precursores do
seu advento, como os de Hydesville, EUA, até os que se irromperam na
Inglaterra, Alemanha e França!
Que as mesmas bênçãos envolvam o
eminente mestre lionês Allan Kardec, que, pelo seu conhecimento, bom senso, inteligência,
humildade, discernimento, dedicação e destemor, possibilitou, em contato com a
Espiritualidade Superior, chegasse a nós a Doutrina Espírita, a começar pelo Livro
dos Espíritos em 18 de abril de 1857!
Que também sejam abençoados todos os
médiuns por quem se manifestaram os reveladores do Consolador Prometido, bem
como todos os demais colaboradores que prestaram o seu inestimável e necessário
auxílio à Terceira Revelação!
Osvaldo Ourives
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