PROGRAMA TRANSIÇÃO - TV MUNDO MAIOR - Divaldo Franco discorre
sobre Depressão, respondendo questões como:
Muito se fala sobre a Depressão, mas o que é Depressão?
Existe alguma explicação do Espiritismo para Síndrome do Pânico?
Você é ansioso?
Por que será que o número de pessoas ansiosas tem crescido de forma assustadora?
E muito mais, incluindo a transcrição!
E muito mais, incluindo a transcrição!
PROGRAMA TRANSIÇÃO - TV MUNDO MAIOR - 1ª PARTE
1ª PARTE
Muito
se fala sobre a Depressão, mas o que é Depressão?
Existe
alguma explicação do Espiritismo para Síndrome do Pânico?
Você
é ansioso?
Por
que será que o número de pessoas ansiosas tem crescido de forma assustadora?
PERGUNTA:
Como definir o estado depressivo e como diferenciar da melancolia e da
tristeza?
DIVALDO:
A melancolia era o termo clássico. Desde a Grécia antiga que nós vamos
encontrar a partir de Hipócrates, a grande proposta dos melancólicos.
Posteriormente na literatura psiquiátrica nós vamos ainda encontrar Galeno,
médico grego do século II fazendo abordagem da melancolia, dizendo que se tratava
de distúrbio procedente daquilo que ele considerava os fatores que desencadeiam
determinados transtornos do indivíduo: a bílis negra, a bílis amarela, o sangue.
Então graças a essas colocações, a melancolia durou longamente na história. A
palavra depressão vai surgir pela primeira vez na literatura inglesa por volta
do fim do século XVII e começo do século XVIII. A palavra tristeza é um ato de
introspecção, nem sempre é melancólica. A melancolia tem raízes mais profundas
e quando essa melancolia é demorada ela se torna patológica. Todos temos
momentos de tristeza, momentos de melancolia que podem durar alguns dias.
Freud, ao publicar por volta de 1900 o livro que ele intitulava Melancolia, ele
asseverava que todo indivíduo quando passa por uma perda, a perda de um objeto,
a perda de um relacionamento, a perda de um emprego, a perda de alguém quando
morre, e não concordo aí com o pai da psicanálise, porque ninguém perde outrem quando
ele morre. Quando se morre, desencarna, falece. Mas quando acontece isso, o
indivíduo fica triste, melancólico. Até
quatro semanas é normal. Mas quando se prolonga é patológico. Então a tristeza,
digamos, é a primeira fase do desencanto. A melancolia é uma tristeza profunda.
A depressão é uma denominação moderna ao transtorno da melancolia.
PERGUNTA:
As estatísticas não são muito profundas. Mas estima-se que entre 15 a 25% da
população mundial sofre de alguns dos transtornos emocionais, tais como a
depressão crônica, como você mencionou, ou distúrbio afetivo bipolar, ou ainda
o transtorno obsessivo compulsivo ou até mesmo a síndrome do pânico. Quais as razões que levam a essa verdadeira
epidemia observada nos dias atuais? Teria origem no comportamento atual da
sociedade ou existem causas mais profundas por trás dessa verdadeira epidemia?
DIVALDO:
Do ponto de vista espírita todos esses fenômenos são do Espírito. Doente é o
Espírito. Aliás a OMS assevera que não existem doenças. Há doentes. Quando o indivíduo
tem débitos perante a consciência cósmica, quando ele é um enfermo
espiritualmente, ele como que tem condições de captar essas ondas de
perturbação, de desajuste, estes conflitos que vêm como arquétipos ancestrais
dos seus desaires, das suas aflições. Dessa maneira a melancolia e a depressão,
os distúrbios do pânico, e outros distúrbios muito graves, todos eles estão
muito ínsitos no Espírito devedor.
Existem,
no entanto, fatores endógenos, a hereditariedade. Assevera-se que todo aquele
que descende de um depressivo tem 30% probabilidades de ser depressivo também.
Mas se ele descende de um casal de depressivos essa probabilidade sobe a 70%.
As enfermidades infectocontagiosas, as sequelas das enfermidades
infectocontagiosas, levam ao estado depressivo, ao transtorno obsessivo
compulsivo, ao distúrbio do pânico e etc.
Existem
também os fatores de natureza exógena,
aqueles externos, os relacionamentos psicossociais, os fenômenos
socioeconômicos, as induções dos relacionamentos humanos. Todos eles contribuem
de alguma forma para a instalação desses transtornos de conduta. Foi Emílio Kraepelin,
o notável pai da psiquiatria moderna, que estudou a depressão sob os dois
aspectos: o unipolar e o bipolar e que mais tarde seria transformado em
distúrbio bipolar da afetividade. No entanto há fatores hoje considerados de
que esses psicossociais, o medo, a ansiedade, a solidão são responsáveis por
graves transtornos como frutos da nossa vida de tempo sem tempo. Estamos
encarcerados nas horas, os compromissos perturbadores, as ansiedades, então
levam-nos a transtornos psicológicos muito graves.
Mas
o Espiritismo apresentou uma terceira psicogênese para
todos esses fenômenos perturbadores, que é a Lei de Causa e Efeito, a
Reencarnação. E nessa Lei de Causa e Efeito, mesmo nos transtornos clássicos,
academicamente considerados, o Espiritismo coloca mais uma síndrome, a da
Obsessão, interferência de espíritos perversos em nossas vidas. Os gregos já
asseveravam que os deuses nos podem castigar. E asseveravam também que Platão e
Sócrates, periodicamente entravam em melancolia e naqueles estados eram
inspirados pelos deuses. Duas vertentes: a melancolia punitiva e a melancolia
inspiradora. No entanto vivemos muito hoje, como escreve aquele autor americano
de nome Solomon (Andrew) , no livro notável “O Demônio do Meio Dia”, que a
depressão toma conta do mundo. Na sociedade americana do norte 50 milhões de
indivíduos são depressivos crônicos. 50 milhões de indivíduos estão e estados depressivos
alternativos com recidivas. E depois daquele atentado de 2001 teremos um número
muito maior. No Brasil, cujas estatísticas não são muito divulgadas, a
depressão hoje, a melancolia, alcançam números surpreendentes.
(Desculpem
eventuais erros nossos de transcrição e digitalização. Espero seja também útil para o amigo
visitante. Estaremos no curso dos próximos dias postando as duas últimas
partes. Ourives)
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