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sexta-feira, 3 de agosto de 2012

PROGRAMA TRANSIÇÃO - DIVALDO FRANCO DISCORRE SOBRE DEPRESSÃO

PROGRAMA TRANSIÇÃO - TV MUNDO MAIOR - Divaldo Franco discorre sobre Depressão, respondendo questões como:
Muito se fala sobre a Depressão, mas o que é Depressão?
Existe alguma explicação do Espiritismo para Síndrome do Pânico?  
Você é ansioso?
Por que será que o número de pessoas ansiosas tem crescido de forma assustadora?
E muito mais, incluindo a transcrição!
PROGRAMA TRANSIÇÃO - TV MUNDO MAIOR - 1ª PARTE
1ª PARTE

Muito se fala sobre a Depressão, mas o que é Depressão?
Existe alguma explicação do Espiritismo para Síndrome do Pânico?  
Você é ansioso?
Por que será que o número de pessoas ansiosas tem crescido de forma assustadora?

PERGUNTA: Como definir o estado depressivo e como diferenciar da melancolia e da tristeza?

DIVALDO: A melancolia era o termo clássico. Desde a Grécia antiga que nós vamos encontrar a partir de Hipócrates, a grande proposta dos melancólicos. Posteriormente na literatura psiquiátrica nós vamos ainda encontrar Galeno, médico grego do século II fazendo abordagem da melancolia, dizendo que se tratava de distúrbio procedente daquilo que ele considerava os fatores que desencadeiam determinados transtornos do indivíduo: a bílis negra, a bílis amarela, o sangue. Então graças a essas colocações, a melancolia durou longamente na história. A palavra depressão vai surgir pela primeira vez na literatura inglesa por volta do fim do século XVII e começo do século XVIII. A palavra tristeza é um ato de introspecção, nem sempre é melancólica. A melancolia tem raízes mais profundas e quando essa melancolia é demorada ela se torna patológica. Todos temos momentos de tristeza, momentos de melancolia que podem durar alguns dias. Freud, ao publicar por volta de 1900 o livro que ele intitulava Melancolia, ele asseverava que todo indivíduo quando passa por uma perda, a perda de um objeto, a perda de um relacionamento, a perda de um emprego, a perda de alguém quando morre, e não concordo aí com o pai da psicanálise, porque ninguém perde outrem quando ele morre. Quando se morre, desencarna, falece. Mas quando acontece isso, o indivíduo fica triste, melancólico.  Até quatro semanas é normal. Mas quando se prolonga é patológico. Então a tristeza, digamos, é a primeira fase do desencanto. A melancolia é uma tristeza profunda. A depressão é uma denominação moderna ao transtorno da melancolia.

PERGUNTA: As estatísticas não são muito profundas. Mas estima-se que entre 15 a 25% da população mundial sofre de alguns dos transtornos emocionais, tais como a depressão crônica, como você mencionou, ou distúrbio afetivo bipolar, ou ainda o transtorno obsessivo compulsivo ou até mesmo a síndrome do pânico.  Quais as razões que levam a essa verdadeira epidemia observada nos dias atuais? Teria origem no comportamento atual da sociedade ou existem causas mais profundas por trás dessa verdadeira epidemia? 

DIVALDO: Do ponto de vista espírita todos esses fenômenos são do Espírito. Doente é o Espírito. Aliás a OMS assevera que não existem doenças. Há doentes. Quando o indivíduo tem débitos perante a consciência cósmica, quando ele é um enfermo espiritualmente, ele como que tem condições de captar essas ondas de perturbação, de desajuste, estes conflitos que vêm como arquétipos ancestrais dos seus desaires, das suas aflições. Dessa maneira a melancolia e a depressão, os distúrbios do pânico, e outros distúrbios muito graves, todos eles estão muito ínsitos no Espírito devedor.

Existem, no entanto, fatores endógenos, a hereditariedade. Assevera-se que todo aquele que descende de um depressivo tem 30% probabilidades de ser depressivo também. Mas se ele descende de um casal de depressivos essa probabilidade sobe a 70%. As enfermidades infectocontagiosas, as sequelas das enfermidades infectocontagiosas, levam ao estado depressivo, ao transtorno obsessivo compulsivo, ao distúrbio do pânico e etc.

Existem também os fatores de natureza exógena, aqueles externos, os relacionamentos psicossociais, os fenômenos socioeconômicos, as induções dos relacionamentos humanos. Todos eles contribuem de alguma forma para a instalação desses transtornos de conduta. Foi Emílio Kraepelin, o notável pai da psiquiatria moderna, que estudou a depressão sob os dois aspectos: o unipolar e o bipolar e que mais tarde seria transformado em distúrbio bipolar da afetividade. No entanto há fatores hoje considerados de que esses psicossociais, o medo, a ansiedade, a solidão são responsáveis por graves transtornos como frutos da nossa vida de tempo sem tempo. Estamos encarcerados nas horas, os compromissos perturbadores, as ansiedades, então levam-nos a transtornos psicológicos muito graves.

Mas o Espiritismo apresentou uma terceira psicogênese para todos esses fenômenos perturbadores, que é a Lei de Causa e Efeito, a Reencarnação. E nessa Lei de Causa e Efeito, mesmo nos transtornos clássicos, academicamente considerados, o Espiritismo coloca mais uma síndrome, a da Obsessão, interferência de espíritos perversos em nossas vidas. Os gregos já asseveravam que os deuses nos podem castigar. E asseveravam também que Platão e Sócrates, periodicamente entravam em melancolia e naqueles estados eram inspirados pelos deuses. Duas vertentes: a melancolia punitiva e a melancolia inspiradora. No entanto vivemos muito hoje, como escreve aquele autor americano de nome Solomon (Andrew) , no livro notável “O Demônio do Meio Dia”, que a depressão toma conta do mundo. Na sociedade americana do norte 50 milhões de indivíduos são depressivos crônicos. 50 milhões de indivíduos estão e estados depressivos alternativos com recidivas. E depois daquele atentado de 2001 teremos um número muito maior. No Brasil, cujas estatísticas não são muito divulgadas, a depressão hoje, a melancolia, alcançam números surpreendentes.

(Desculpem eventuais erros nossos de transcrição e digitalização. Espero seja também útil para o amigo visitante. Estaremos no curso dos próximos dias postando as duas últimas partes. Ourives)          

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